CURSO DE CUIDADOR DE IDOSOS 

  

Quem é o cuidador de idosos?

Ele pode ser formal (profissional) ou informal (familiar), domiciliar (quando cuida em casa) ou institucional (quando cuida do idoso numa instituição de longa permanência, o asilo.) É uma atividade exercida mais frequentemente por mulheres. O que distingue essas duas categorias de cuidadores é:

1- O cuidador remunerado (formal) é uma pessoa que recebe treinamento específico para a função e mantém vínculos profissionais para exercer a atividade de cuidar, mediante uma remuneração.

2- O cuidador voluntário (informal) é uma pessoa que, tendo relação familiar, de amizade ou vizinhança, se encarrega ou assume os cuidados de um idoso dependente dentro do domicílio. O cuidador de idosos já é uma ocupação reconhecida pelo Ministério de Trabalho e Emprego desde o ano 2000 com todos os direitos de um trabalhador domiciliar e o seu código é 5162-10.

As funções do cuidador envolvem o acompanhamento nas atividades diárias como alimentação, higiene pessoal, vestuário quando o idoso for dependente, prevenção de quedas e acidentes domésticos, a promoção do bem-estar do idoso, o acompanhamento aos compromissos como médicos, dentistas, fisioterapia, igreja, visitas, banco, etc., a estimulação da autonomia e da independência do idoso. O cuidador é essencial para a melhoria da qualidade de vida do idoso que apresenta um grau maior ou menor de dependência. É a “âncora” para o idoso.

O cuidador é uma pessoa de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de amor ao ser humano, de solidariedade e de doação. Seus préstimos têm sempre um cunho de ajuda e apoio, com relações afetivas e compromissos positivos. O cuidador deve ter facilidade de trabalhar em equipe, saber lidar com as limitações e dificuldades do idoso dependente, acreditar na importância do seu trabalho, ter capacidade para atividades lúdicas como dançar, contar histórias, inventar jogos, ter capacidade para suportar perdas e a vivência da morte, manter a capacidade e o preparo físico, emocional e espiritual; demonstrar educação, boas-maneiras e discrição, obedecer às normas e conduzir-se com moralidade. A qualificação e o treinamento para a função são essenciais.

PERFIL DO CUIDADOR

PERFIL DO CUIDADOR INFORMAL (FAMILIAR): Pessoas de ambos os sexos, pertencentes à família, que devem ser alfabetizadas, gozar de boa saúde física e mental, possuir noções básicas sobre o cuidado do idoso e uma compreensão do processo de envelhecimento humano.

PERFIL DO CUIDADOR FORMAL (PROFISSIONAL): Pessoas de ambos os sexos, com qualidades éticas e morais, que estejam gozando de boa saúde física e mental, que preferencialmente tenham cursado o primeiro grau, sejam maiores de idade, tenham-se submetido a um treinamento específico, ministrado por instituição reconhecida e com profissionais especializados. É fundamental adaptar-se aos hábitos familiares, respeitar a intimidade, a organização e as crenças da família, evitando interferências nessas crenças.

Nos dois perfis, o cuidador deve ter treinamento específico com conhecimentos teóricos e práticos, possuir domínio e equilíbrio emocional, ser comunicativo, paciente, receptivo, ter facilidade de relacionamento humano, iniciativa, capacidade de compreender os momentos difíceis vividos pelo idoso, deve adaptar-se às mudanças sofridas por ele e a família, ter tolerância diante de situações de frustração pessoal, motivação, empatia por idosos e sabedoria para vivenciar a finitude humana. Diante de um idoso com uma doença terminal, o cuidador deve procurar elaborar essa morte, procurando ouvir, consolar, “estar junto” dessa pessoa, conduzindo suas visitas e respeitando sua vontade. É fundamental que o cuidador se cuide, tenha o seu período de descanso e de lazer, cuide de sua saúde, receba apoio psicológico e religioso quando necessários, pois, a tarefa é muito árdua e desgastante e é muito freqüente o cuidador, principalmente o cuidador familiar adoecer: ter depressão, ansiedade, estresse, hipertensão arterial (pressão alta), etc.

Infelizmente nós brasileiros não cuidamos bem de nossos idosos. Os recursos para o bem-estar do idoso e do cuidador são insuficientes: dentre tantas coisas, faltam equipes multiprofissionais nos três níveis de assistência ao idoso: domiciliar, ambulatorial e hospitalar. O nosso país já não é um país de jovens e se quisermos aprender a entender, respeitar e valorizar os nossos idosos devemos nos conscientizar de alguns cuidados fundamentais como não tratá-los como incapazes e doentes, respeitar suas individualidades, ajudá-los a desenvolver aptidões, a preservar sua autonomia e independência com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida.